quarta-feira, 26 de maio de 2010

CASCA

Por Josiane Canterle

Criei uma casa para morar
Não, não errei, é casca mesmo, não casa
Criei uma casca para morar
Não saio debaixo dela mesmo com asas
Nem dentro de casa eu consigo tirar.

Casca dura, grossa, densa
Que só eu posso quebrar
Eu só peço que me esqueça
Se amor não puder dar

Prefiro minha casca
Ela me machuca, mas eu suporto a dor
Eu sou a minha casca
Não me arranho com o espinho da flor

Eu, minha casca na noite
Não me desfaço nem para dormir
Minha casca, minha máscara
Uso sempre quando quero sorrir

E quando quero chorar
E quando quero fugir
E quando quero amar
E quando quero sentir

Minha casca-máscara
Esta noite me faça companhia
Que sou só e fraca
Gelada na solidão fria.

domingo, 23 de maio de 2010

TODAVIA CANTAMOS

Todavía cantamos
Victor Heredia
Idioma original: ESP

Todavía cantamos, todavía pedimos,
todavía soñamos, todavía esperamos,
a pesar de los golpes
que asestó en nuestras vidas
el ingenio del odio
desterrando al olvido
a nuestros seres queridos.
Todavía cantamos, todavía pedimos,
todavía soñamos, todavía esperamos;
que nos digan adónde
han escondido las flores
que aromaron las calles
persiguiendo un destino
¿Dónde, dónde se han ido?
Todavía cantamos, todavía pedimos,
todavía soñamos, todavía esperamos;
que nos den la esperanza
de saber que es posible
que el jardín se ilumine
con las risas y el canto
de los que amamos tanto.
Todavía cantamos, todavía pedimos,
todavía soñamos, todavía esperamos;
por un día distinto
sin apremios ni ayuno
sin temor y sin llanto,
porque vuelvan al nido
nuestros seres queridos.
Todavía cantamos, todavía pedimos,
Todavía soñamos, todavía esperamos...

sábado, 15 de maio de 2010

Estudar para não pensar


Por Josiane Canterle
O que me resta nesta vida se não estudar e estudar...
Estudar para ocupar a mente e não ficar viajando com a realidade.
Estudar por não ter grana para ir ao bar beber.
Estudar por o mundo estar ocupado demais pra me deixar outras possibilidades.
Estudar, estudar, estudar...
E depois que eu acabar de estudar, vai ter mais algo a estudar para ocupar meu tempo.
E quando eu não agüentar mais de tanto estudar vou pensar em tudo o que estudei.
Vou lembrar que fiquei horas olhando para as letras e elas não me diziam nada.
Vou constatar que muito pouco ficou de tudo o que fiz, por que eu fiz pouco.
Mas é inegável o bem que me fez: me libertou da realidade mascarada.
As máscaras caem, os rostos aparecem e tudo tem um por quê.
Deve haver um por quê estudar!



segunda-feira, 10 de maio de 2010

Sentir o Sabor

Em uma visita habitual no meu blog senti a falta de um texto de minha autoria.
Ultimamente as postagens são de texto que leio em outros blogs, ou são letras de músicas, ou são poemas, enfim, coisas que gosto de ler e sentir mas que não são pensamentos próprios.

Hoje, especialmente, como em todos os dias desta semana, estou atarefadíssima com o que tenho para fazer na faculdade, seja em pesquisa ou trabalho prático. E porque estou escrevendo? Por que me deu vontade! Tem coisa melhor do que escrever o que dá vontade e quando dá vontade?!?!?!

Apesar de que nos últimos tempos a vida tenha me dado imensos motivos para desanimar hoje estou cheia de vida e esperança. Confesso que as vezes até desanimo, mas hoje percebo que tem acontecido tantas coisas boas também, que superam as menos boas. Mais uma vez volto a acreditar que tudo é da forma que tem que ser, que Deus escreve certo por linhas tortas, como sempre aconteceu comigo.

Não sei nem explicar ao certo como eu vim parar aqui nesta cidade, mas foi em um momento em que tudo parecia fora do lugar: pais separando, mãe doente, problemas financeiros etc. Resumidademente, recebi de presente uma vida, uma oportunidade que raras pessoas para perceber a vida de uma forma diferente, sentindo-a ao poucos, como em doses homeopáticas, gota por gota de ensinamento, e foi aí que entendi que quanto mais eu sabia, mais havia pra saber!

O tempo me fez perceber que eu estou conquistando tudo o que eu sempre sonhei, as coisas que desejei, só não estão sendo como eu planejei, porque com os meus planos seria fácil demais.

A vida precisa de tempero e para achar a medida certa é preciso experimentar até dar o ponto ideal. Acertar o sal, a pimenta, a cebola, o alho, se coloca tomates, mangericão, orégano ou louro... são tantos os temperos possíveis de infinitas combinações que proporcionam tantos sabores. Delícia!

Assim é que sinto em mim a vida, ora amarga, ora doce, só não pode ser sem sabor algum!
Tenho certeza que na próxima curva vou encontrar um novo tempero para combinar com este prato!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Enfim, uma rede pública de televisão: nasce a RNCP

Enfim, uma rede pública de televisão: nasce a RNCP
Formada pelos quatro canais próprios da EBC, por sete emissoras universitárias e por 15 emissoras públicas estaduais, a RNPC levará a programação da TV Brasil para cerca de 100 milhões de brasileiros, de 23 estados.
“Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado, publico e estatal”.

O que o princípio da complementaridade pretendia era direcionar as novas outorgas e as renovações de concessões de radiodifusão no sentido do equilíbrio entre os sistemas privado, publico e estatal. Acreditava o constituinte ser esta uma das maneiras de garantir a democratização do setor.

Em depoimento na Subcomissão de Rádio e Televisão da Comissão de Educação do Senado Federal, em setembro de 1999, assim se expressou o Relator do tema na Constituinte, o então Deputado Federal Artur da Távola, hoje, infelizmente, já falecido:

“Durante a Constituinte, toda a disputa se estabeleceu em tomo do Conselho (de Comunicação Social). (...) Eu era o Relator da matéria e considerava que o mais importante era algo que significasse a democratização na outorga dos canais. (...) E eu defendia a tese de haver um equilíbrio na concessão. Parecia-me que, havendo um equilíbrio na concessão, se alcançaria o pressuposto da democratização nos meios de informação” (disponível em
http://legis.senado.gov.br/sil-pdf/Comissoes/Permanentes/CESRTV/Atas/19990909RO004.pdf ).

O artigo 223, como se sabe, nunca foi regulamentado pelo Congresso Nacional. E até a criação da Empresa Brasil de Comunicação, EBC, pelo Decreto nº 6.246 e a MP 398, ambos de outubro de 2007 (depois convertidos na Lei nº 11.652, de 7 de abril de 2008), não tínhamos sequer uma positivação do que seria um sistema público de radiodifusão. A partir daí, passou a ser possível pensar-se na implementação do princípio constitucional da complementaridade na radiodifusão.

Leia mais no site Carta maior

QUANDO O PRÓPRIO AMOR VACILA

Eu sei que atrás deste universo de aparências,
das diferenças todas,
a esperança é preservada.

Nas xícaras sujas de ontem
o café de cada manhã é servido.
Mas existe uma palavra que não suporto ouvir,
e dela não me conformo.

Eu acredito em tudo,
mas eu quero você agora.

Eu te amo pelas tuas faltas,
pelo teu corpo marcado,
pelas tuas cicatrizes,
pelas tuas loucuras todas, minha vida.

Eu amo as tuas mãos,
mesmo que por causa delas
eu não saiba o que fazer das minhas.

Amo teu jogo triste.

As tuas roupas sujas
é aqui em casa que eu lavo.

Eu amo a tua alegria.

Mesmo fora de si,
eu te amo pela tua essência.
Até pelo que você poderia ter sido,
se a maré das circunstâncias
não tivesse te banhado
nas águas do equívoco.

Eu te amo nas horas infernais
e na vida sem tempo, quando,
sozinha, bordo mais uma toalha
de fim de semana.

Eu te amo pelas crianças e futuras rugas.

Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas
e pelos teus sonhos inúteis.

Amo teu sistema de vida e morte.

Eu te amo pelo que se repete
e que nunca é igual.

Eu te amo pelas tuas entradas,
saídas e bandeiras.

Eu te amo desde os teus pés
até o que te escapa.

Eu te amo de alma para alma.
E mais que as palavras,
ainda que seja através delas
que eu me defenda,
quando digo que te amo
mais que o silêncio dos momentos difíceis,
quando o próprio amor
vacila.